segunda-feira, 24 de novembro de 2014
Sobre intervencionismo, livre comércio e responsabilidade social
Não existiria tanta ''intervenção governamental'' e tantos programas assistencialistas se os indivíduos mais ricos e poderosos da sociedade fizessem aquilo que o próprio Adam Smith dizia ser racional fazer: contribuir para o desenvolvimento da sociedade á sua volta.
A grande maioria dos problemas que existem no mundo hoje é decorrente da irresponsabilidade social, do egocentrismo, do orgulho e da ambição de certos indivíduos.
Com frequência, o maior tirano é aquele que está do outro lado de um espelho.
Essa é a consequência de certos indivíduos usarem de sua liberdade sem laços com o dever e a responsabilidade social.
Essa é a consequência quando esse tipo de gente detêm o poder na sociedade.
Essa é a consequência quando os valores, ideais e interesses de tais indivíduos são divulgados pelos meios de comunicação em massa e reproduzido pelas instituições sociais (como a família, a escola, a igreja, o ambiente de trabalho, etc.), induzindo as pessoas a acreditarem que os seus interesses e os interesses daqueles indivíduos são coincidentes, quando na verdade não poderiam ser mais opostos.
Esses ''indivíduos-tiranos'' criam todo um ambiente onde a criminalidade, a violência e a miséria irão se desenvolver e degradar a dignidade de muitas pessoas e depois se mostram desfavoráveis a politicas assistencialistas, politicas sociais e de combate a miséria.
E ainda pior: esses indivíduos convencem os que mais sofrem de tais males sociais de que devemos solucionar a criminalidade com armas e policiais, a miséria com a meritocracia pelo qual nunca sequer passaram e que o individuo não deve mamar nas tetas do Estado.
Enquanto isso, esses indivíduos usam o Estado como uma maquina política para realizar seus interesses politico-econômicos, como por exemplo: sugar os fundos públicos para pagar dividas exorbitantes proveniente muitas vezes do lobby e da própria intervenção corporativa dentro do Estado (dividas proveniente de guerras, empréstimos bancários, etc.)., muito devido ao financiamento privado de campanha política.
Eu acho que os que defendem o livre mercado, a iniciativa privada e o empreendedorismo, antes de se levantarem contra socialistas, comunistas, sociais-democratas, verdes, e outras ideologias que se opõe (variando em graus e dimensões) a essa estrutura social, deveriam se levantar primeiramente contra esses indivíduos que acabei de descrever, pois esses são os indivíduos que, dialeticamente falando, levaram ao surgimento de ideologias de esquerda que contestam essa estrutura social, tudo devido as próprias contradições que esses indivíduos demonstraram em sua busca insaciável por riqueza, por lucro e por poder.
Se ainda restam dúvidas a respeito de quem são os indivíduos aos quais me refiro, basta dizer que muitos deles são donos e sócios de bancos e de corporações, da mídia e políticos que representam os interesses dos anteriores.
Verdade seja dita: a sede por poder é como beber água do mar afim de saciar sua sede; quanto mais beber dessa água, mais sede sentirá.
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