segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Clérigos, Parlamentares e Democracia

    


Marina Silva, você podia falar isso para o Silas Malafaia, o seu ''acessor político'' homofóbico.

Igrejas querem interferir politicamente através do governo para proibir o casamento entre homossexuais e negar outros direitos fundamentais a outrem simplesmente porque ''Deus não gosta''.

Querem positivar dogmas que não possuem nenhum fundamento racional e lógico; que não possuem fundamentação dentro do pensamento filosófico ou o científico.

Querem positivar dogmas baseados no pensamento mítico, religioso e supersticioso.

''Gays não deveriam ter o direito de casar porque é um pecado e Deus não gosta''

Esse é o motivo pelo qual eu sempre digo: ''A religião tem que saber o seu devido lugar: dentro de um templo e fora de um parlamento.''

Eu sou sem duvida nenhuma a favor da liberdade de crença e culto e acho que é um direito humano INALIENÁVEL...mas existem LIMITES.

Vivemos por mais de um milênio debaixo da tirania de uma instituição religiosa durante a Idade Média, que torturava e queimava pessoas simplesmente porque elas não concordavam com o que essa instituição pregava.

O problema com a religião é que em sua essência ela não é democrática.

Ela não admite a possibilidade de engano ou erro.

Ela é absoluta e inquestionável.

E justamente por ser absoluta e inquestionável é que ela NÃO É E NEM DEVE SER o que norteia um Estado Democrático de Direito, pois neste, admite-se a possibilidade de que PODEMOS ESTAR ERRADOS e que estamos aberto ao diálogo que talvez possa mudar nossa maneira de pensar e enxergar o mundo.

A religião prega humildade, mas em sua essência, não podia ser menos humilde.

Para ser uma democracia, deve haver o direito ao contraditório, ao diálogo, a discussão!

Onde ambas as partes admitem que elas podem estar erradas, mas irão mostrar seus melhores argumentos para sustentar suas teses.

Para ser uma democracia deve haver QUESTIONAMENTO.

A religião não precisa de argumentos.

O que ela fala é absoluto.

Absoluto e Democracia são duas palavras que não andam juntas, pois a democracia é maleável; permite que ideologias contraditórias coexistam e se contestem.

Talvez seja uma das maiores fraquezas e contradições da democracia o fato de que ela permita que grupos e idéias completamente antidemocráticas e autoritárias existam e possam se expressar, tal como figuras do porte de Jair Bolsonaro e Silas Malafaia por exemplo.

Porém, o que é melhor: deixar tiranos se expressarem ou que tiranos não deixem ninguém se expressar?

O que é melhor?

Uma democracia frágil ou uma tirania ''estável''?

(Eu coloco ''estável'' entre aspas pois eu acredito que um governo que ignora o fato de que o poder emana do povo está fadado ao fracasso e a história demonstra isso repetidamente. A ''estabilidade'' em um governo autoritário só existe enquanto existirem armas e homens. Uma vez que deixam de existir, os tiranos caem.)

A humanidade já viveu debaixo do governo de lideres absolutos, divinos e inquestionáveis; onde estão esses lideres agora?

Sim, a democracia é frágil e maleável, mas sem dúvida é a melhor opção a ter lideres absolutos e inquestionáveis.

O que pode fortalecer a democracia e o dialogo talvez seja o que sempre foi: educação, respeito, tolerância e esclarecimento.

Somente com pessoas conscientes de seus direitos e de seus deveres, que respeitam o próximo e que pregam e aplicam os valores de liberdade, igualdade e solidariedade podem fortalecer uma democracia, afim de tornar a existência em sociedade algo mais justo, mais pacífico e mais estável.

Uma sociedade onde não haja direitos sem deveres, nem deveres sem direitos.

Uma sociedade onde a dignidade de todas as pessoas seja respeitada e os direitos humanos garantidos.

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